As Nações Unidas preveem que o mundo atingirá, nesta semana, a marca de 8 bilhões de habitantes. Assim, um dos principais temas da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 27, foi a garantia de segurança alimentar de forma sustentável.
No estande do Brasil na COP 27. A importância do agronegócio ganhou destaque nos painéis, não apenas pelo potencial agrícola do país, mas também por sua força na pecuária sustentável.
Fabiana Alves, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento afirmou que “o painel serviu para mostrar que não existe uma só iniciativa. São várias políticas públicas que se complementam. Temos na agropecuária o Plano ABC, que agora é o ABC+, trazendo novas metas, novos desafios, e isso tudo está muito ligado ao que está sendo discutido aqui na COP 27, que é adaptação e mitigação”.
O Plano ABC, Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, foi desenvolvido a fim de organizar e planejar ações para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis e seu objetivo é contribuir para que o Brasil possa atingir compromissos internacionais relativos ao desenvolvimento sustentável e ao combate à mudança do clima, assim como a redução de emissões de gases de efeito estufa no setor agrícola.
A pecuária está presente em todos os municípios brasileiros e conta com 169,4 milhões de cabeças de gado e uma produção anual de 9,7 milhões de toneladas de carne, da qual aproximadamente 25% é destinada ao mercado internacional, o que faz do país o maior exportador do mundo.
O Brasil também é líder na exportação mundial de carne de frango desde 2004 e detém, hoje, 35% desse mercado, domínio que gera uma receita anual de US$ 7,6 bilhões. No primeiro semestre deste ano, a exportação foi de mais de 2,8 milhões de toneladas de carne de frango e US$ 5,6 bilhões gerados em receita, número 33,3% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
A exportação de carne suína também bateu recordes, em agosto totalizou 116,3 mil toneladas, maior volume já exportado pela suinocultura brasileira em um único mês em toda a história, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
“Como foi colocado no painel pelos representantes dos vários setores, dos produtores, do intergovernamental e da indústria, o Brasil talvez seja o único país do mundo que consegue trazer essas questões de sustentabilidade sem perder eficiência na produção. Nós conseguimos produzir uma carne como o mundo está querendo, conservando a nossa biodiversidade. Temos 66% do nosso território conservado e 50% disso está dentro das propriedades rurais. Isso mostra que a gente consegue produzir e conservar”, conclui Fabiana Alves, diretora de Produção Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.