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Operações comerciais entre Brasil e China sem uso de dólar

Bocom BBM, o primeiro banco credenciado para operar a plataforma de pagamentos China Interbank Payment System (Cips) no Brasil, projeta que a compensação de operações entre Brasil e China sem o uso do dólar pode começar em julho.

O Brasil será o primeiro país da América Latina a ter acesso ao sistema chinês, que opera de forma equivalente ao Swift. O acordo entre o Banco Central do Brasil e o Banco Central da China em janeiro, permitindo que as operações comerciais entre os países dispensem a liquidação via câmbio através do uso do dólar, trará uma redução nos custos.

O Bocom BBM espera que o sistema de conversão entre real e yuan abra espaço também para operações de financiamento em moeda chinesa e de swap cambial para proteção de investimentos em ambos os países.

O Banco Central do Brasil ressalta que “não se trata de um sistema de pagamentos de transações comerciais, mas um instrumento que permite que as transações sejam feitas em RMB – yuan- e convertidas em reais de forma mais rápida e menos custosa.

Especialistas veem o acordo como uma boa notícia, já que estreita os laços entre o Brasil e a China e oferece uma alternativa às flutuações da moeda norte-americana. “É uma notícia muito boa para os dois países. Para o Brasil, é aquela velha história de não colocar todos os ovos em uma cesta só”, afirma Isabela Nogueira, professora do Instituto de Economia da UFRJ e coordenadora do LabChina (Laboratório de Estudos em Economia Política da China), núcleo também vinculado à federal fluminense.

“Reduzir o ponto de intermediação, que significa duas conversões, reduz os custos de transação. Nesse sentido, não é só o yuan que traria benefícios para o Brasil, mas qualquer tentativa com outros países que diversifique a moeda transacional.”

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